O resgate da Espanha- a que esta não quer chamar resgate- começa a ser uma rotina, na ajuda a doentes que segundo os “homens do fraque” nunca fizeram a convalescença que os médicos aconselharam no momento certo. E, se para os bancos há disponibilidade (não fossem os ministros e outros decisores políticos ex-quadros desses bancos ou talvez futuros consultores) o mesmo não se pode dizer para os milhões de desempregados que vêm o futuro sem resgate ou esperança. No caso espanhol, como não havia solvência interna possível por parte do governo de Rajoy, o dinheiro teve de vir dos “ do costume”, e como de costume sempre em negação por parte de quem o pede (onde vimos já este filme?). Contudo, ao usarem de novo a mesma fórmula já seguida anteriormente, deixam antever que teremos mais do mesmo, com os homens de preto na penumbra, mas presentes, contudo, e acicatando a atitude de outros resgatados a quem, aparentemente, o mesmo tratamento foi negado, antevendo mais desemprego, mais jovens sem futuro e mais austeridade punitiva, sob a batuta do BCE claramente manietado a partir de Berlim.
A receita de austeridade fiscal e cortes salariais que os
liberais nos querem há muito vender prova não funcionar sem um crescimento significativo
e alguma inflação de que a Alemanha foge como o diabo da cruz. É o que alguns
já chamaram de sado-monetarismo. À beira do abismo? Não, totalmente no fundo
dele. E onde para agora Hollande, o Robin dos Bosques dos descamisados apenas
há três semanas? A Europa das Nações do general de Gaulle tornou-se no
purgatório do desemprego, desnorte e desilusão.
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