François Hollande tomou posse prometendo uma agenda de crescimento
e de mudança de rumo nas sacrossantas políticas de austeridade. Contudo, não
tenhamos muitas ilusões. A França de hoje, perdido o triplo A, já não é a
França do século XIX, da República ética e da diplomacia mundial, de Vítor Hugo,
Zola e Voltaire.
E os primeiros sinais são de molde a que o Presidente “normal”
venha a ser mais depressa do que se julga um caso de Presidente “banal”.
Primeiro, porque não é a mera inscrição duma palavra num tratado
que vai criar mais emprego e crescimento, como não é a
consagração do direito à habitação que logra dar mais casas às pessoas.
Depois, porque a Europa se constrói a 27 e para quem se quer
arvorar em porta voz dos aflitos, correr para os braços da sra Merkel logo no
dia da posse e sem ir primeiro a Bruxelas, é mau sinal e sintoma de que mais que
mudar de procedimento privilegiando as instituições comunitárias, se pretende olimpicamente continuar com uma espécie de directório, onde do Merkozy se quer
passar ao Merkollande, apenas com nuances.
Depois, porque ainda falta a terceira volta das presidenciais, as legislativas, que podem dar maioria à direita, forçando a uma coabitação, com força parlamentar condicionada.
Depois, porque ainda falta a terceira volta das presidenciais, as legislativas, que podem dar maioria à direita, forçando a uma coabitação, com força parlamentar condicionada.
Esperemos que o raio que tombou sobre o avião de Hollande ao
precipitar-se para Berlim não seja premonitório e este não seja um novo Obama, que tudo
permitia esperar e que também ele acabou um presidente “normal”, que ainda hoje não cumpriu com o encerramento de Guantanamo e cujo Obamacare marca passo no Senado onde hoje é minoritário.
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