Livros e Autores são realidades por muitos tidas como do mundo da erudição, mas sem eles o nosso mundo seria mais amorfo e mais pobre. Livros são Memória e Futuro, são emoções e desilusões, são descoberta e propaganda também, e em seu torno se moldou o nosso mundo. Foi em livro que se registaram o Corão e a Bíblia, as grandes descobertas científicas, tragédias e comédias, manuais e enciclopédias, promessas de eternidade que a muitos despertam e mobilizam, sendo dinâmicos uns, deixados no silêncio das bibliotecas outros.
Desde muito novo que me habituei ao sortilégio da leitura, essa descoberta de heróis e guerreiros primeiro, de promessas de mundos melhores mais tarde, da crítica e do contraditório de ideias depois. Os livros são parte da nossa história pessoal, também, pois ao recordar a infância e os momentos de alegria ou tristeza, amigos, parentes e lugares, também os livros que desde logo nos marcaram nos vêm à memória, muitos ainda adornando ao longo dos anos como pequenos tesouros as nossas bibliotecas e estantes.
Recordo como marcante foi muito novo ter lido a Guerra e Paz, nuns intermináveis mas deliciosos quatro volumes, como me emocionei com o Principezinho, O Meu Pé de Laranja Lima, As Aventuras de Don Camilo ou os versos de Sebastião da Gama e António Nobre, o Nome da Rosa ou os Esteiros, o teatro de Moliére e Shakespeare, bem como com o pensamento de Sartre, Bertrand Russel, Bernard Henri Levi e muitos outros.
Ler é para muitos hoje trabalho de arqueólogo ou de "rato" de biblioteca, substituído frequentemente pela consulta de resumos ligeiros da Wikipédia, por pequenos vídeos e fotos no Instagram ou Tik Tok, e nunca mais de 30 descartáveis segundos que mais que isso cansa. Mas, como escreveu o Padre António Vieira "O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, e um morto que vive".
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