Deve ser um objectivo estratégico a proximidade com quem investe, centrado nos objectivos de
combate ao desemprego, apoio ao desenvolvimento económico e reforço da coesão
social, sendo o investimento o motor dinamizador da economia, e as empresas
centrais na criação de emprego. Em Sintra, além dum Conselho Estratégico
Empresarial, que define e orienta estratégias pró-activas de dinamização da economia,
foi já criado igualmente um Gabinete de
Apoio Empresarial, que é o interlocutor privilegiado entre os empresários e
investidores e os serviços municipais, por um lado, e serviços da Administração
Central, por outro, focado na concretização das melhores condições e
oportunidades de negócio e investimento em Sintra, e que se pretende que
dinamize a economia e promova o emprego, funcionando como um facilitador dos
processos de licenciamento. Procura ainda desenvolver-se a figura de “gestor de
cliente”, cuja função será de intermediar entre as empresas que queiram investir
no concelho e os serviços da autarquia, apoiando igualmente empresas já instaladas ou futuros
investidores.
A StartUp
Sintra, criada neste ciclo autárquico, apresentou já programas de pré-aceleração Sintra
Start com startups na área das novas tecnologias e assinou um protocolo de parceria
com a Microsoft Portugal, e prevê a disponibilização de funcionalidades de
contexto tecnológico, assim como apoio especializado e aconselhamento técnico.
As startups já seleccionadas pelo
conselho de mentores integraram o programa Sintra Start, com a duração de 3
meses, que funcionou como um ecossistema de incubação para as ajudar a
encontrar um modelo de negócio e acelerar o desenvolvimento dos projectos.Foi importante, e uma medida visionária e pioneira.
Devem os poderes
central e local estar disponíveis para fazer
contratos de investimento, arranjar terrenos e viabilizar isenções de impostos
temporárias, estimular serviços que permitam aos
empresários a pesquisa de locais de interesse
industrial e logístico, e ser assim verdadeiros parceiros de desenvolvimento.
O concelho
de Sintra gera cerca de 4% do nosso PIB, tem uma forte
influência na criação de emprego e tem uma forte influência nas exportações
fundamentalmente com empresas sofisticadas, e os empresários deste concelho estão
na primeira linha da recuperação económica nacional. Depois de um tempo negativo,
e depois de tanto empobrecimento, é altura de reaver a esperança, e isso
significa apostar num crescimento sustentado e que possa beneficiar a população.Exemplo disso é o cluster
das rochas ornamentais, por exemplo, e a potenciação da web na sua comercialização e promoção.
Sintra é um
concelho de jovens, com um potencial enorme na área tecnológica, e há todo o
interesse em que os mesmos aproveitem as lições e partilha das experiências que
a Web Summit trará. Se há alguns anos o objectivo era tirar um curso e trabalhar numa grande empresa, hoje em dia há cada vez há mais jovens a sair das faculdades
com o objectivo de criar a sua empresa, muitas vezes de base tecnológica e que
possa funcionar sem fronteiras físicas. E as novas realidades das incubadoras são o espaço ideal para
propiciar esse desígnio, com a mentorização de profissionais experientes
que tenham já feito este percurso e que possam ajudar a lançar novos projectos.
Estão reunidas condições de tempo e de modo para dar seguimento a um trabalho consistente.
Há, é certo, dificuldades, criam-se os produtos tecnológicos e depois
há que procurar o investimento, e acontece em Portugal não existir ainda uma tradição de seed investment. Esse espaço deveria ser ocupado pelos designados business
angels, mas acontece que estes, quando surgem, acabam por ter um comportamento defensivo, e actuam como fornecedores de capital de
risco, apostando ainda pouco em empresas que estejam a dar os primeiros passos na
área da tecnologia e preferindo empresas com provas dadas e que estejam já a
ter rendimentos, ou seja, num modelo de capital de risco e não de business angels.
Há muito a fazer,
contornar problemas como a carga fiscal, a dificuldade de acesso ao crédito, a falta
de programas de modernização industrial e de formação profissional, e para tanto há que dar o melhor aproveitamento aos fundos comunitários, por exemplo.
As startups podem criar uma dinâmica
saudável, com uma perspectiva de organização e gestão inovadoras, e o empreendedorismo
é muito importante, até porque muita gente no pico da crise teve de sair da sua zona
de conforto e criar o seu posto de trabalho ou a sua empresa para
encontrar uma nova oportunidade.
O clima criado com um evento como a Web Summit pode ser importante e refundador para o tecido empresarial de Sintra e para os seus criadores e criativos mais novos, permitindo ajudar a pensar smart cities assentes nas industrias criativas e num novo paradigma de economia e de organização do trabalho. Esperemos com entusiasmo que os ensinamentos e sementes sejam reais e propulsivos duma nova atitude e não só turismo para nerds e geeks a banhar-se ao sol do Parque das Nações ou das praias de Sintra e da Ericeira.Por mim, estou esperançado, e cheio de saudades do futuro.