As eleições primárias são eleições
que servem para escolher o candidato (ou cabeça de lista) de um determinado partido
às eleições presidenciais, legislativas ou locais. Nas eleições primárias,
todos os cidadãos, mediante os critérios definidos pelo partido, podem votar,
sendo ou não militantes do partido. Em Portugal, a experiência mais recente de
primárias foi levada a cabo pelo Livre, de modo a escolher a sua lista e o seu
cabeça de lista às eleições europeias, e pelo PS, na escolha do
secretário-geral António Costa.
Lá fora, os partidos socialistas em
Itália, França e Grécia (PASOK) também já usam o método das primárias para
escolher os seus candidatos. O recente modelo de primárias do PS inspirou-se
nestas experiências.
Este sistema tem várias virtudes:
-chama à participação pessoas que de
outra forma estariam mais afastadas da vida partidária, com os seus rituais e
liturgias, muitas vezes anquilosadas e assentes numa cultura de corpo e de
manutenção de lugares anos a fio;
-permite que a sociedade civil
interaja mais com os políticos e as políticas, refrescando a representação e
trazendo novos temas para o debate;
-responsabiliza mais o futuro eleito,
pela dupla sufragação em primárias e eleições, tornando a escolha mais
filtrada, escrutinada e discutida.
Aproximando-se o processo legislativo
em Outubro, creio que deveriam estar os partidos que já introduziram este
critério na sua agenda política- porventura talvez não nos Estatutos…_ a desde
já lançarem mão desta modalidade de escolha, fazendo da eleição uma decisão
onde a palavra Escolha para além de semântica ser substantiva e coerente. Num
sistema como o nosso, onde os candidatos saem do inner circle dos líderes e
muitas vezes não são conhecidos do eleitorado, do círculo, ou até do resto dos
militantes, tal traria uma saudável renovação, e já que a caixa de Pandora se
abriu, que não se feche logo de seguida...
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