Ponto de encontro
de tardes que se prolongam pela noite, testemunha e sentinela bem no centro
de Sintra, o Legendary Café, ex-Tópico dos anos 80, berço do Utopia Teatro,
nos 90, é hoje um bar-cripta povoado por ortodoxias sensoriais e heterodoxia de ideias e palco
da pulsão das diferentes faunas que por lá se cruzam. A velha
senhora esconjurando a solidão, uma fadista cuja carreira passou ao lado,
jovens da geração recibo verde, e outros sem recibo sequer, alcoólicos anónimos
e outros conhecidos, eis um plateau de vidas cruzadas entre o teclado dum
providencial portátil, o dedilhar hesitante em descobertas guitarras, o
silêncio dum abafado, ou tão só o curtir amigos e amores na penumbra da sala
esconsa, por entre os cafés ou as tostas mistas que enxugam as bebidas com que invariavelmente
se salva o mundo ao fim da tarde ou da noite.
Ensaiam-se canções,
rasuram-se ideias, estudam-se compêndios por entre espreitadelas ao Facebook,
de prevenção no bar, o Fred, a Joana e a Vanessa reabastecem as gargantas de figurantes da Vida preparando as solércias com que prometem surpreender em futuros palcos os personagens espectrais e lunares da Sintra de 2013.
Generosidade, voyeurismo, convívio, cumplicidade, à sombra centenária da serra e do paço próximo, eis o Legendary Café, cronológico poiso de espeleólogos de almas, faunos noctívagos e pirilampos guardiões, verbalizados cultores da palavra ou sacerdotes dum finistérrico silêncio.
Generosidade, voyeurismo, convívio, cumplicidade, à sombra centenária da serra e do paço próximo, eis o Legendary Café, cronológico poiso de espeleólogos de almas, faunos noctívagos e pirilampos guardiões, verbalizados cultores da palavra ou sacerdotes dum finistérrico silêncio.
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