O deputado Honório Novo tem um gato chamado Gaspar, mas
Portugal tem outro, um bocado assanhado, ainda não escaldado, talvez um pouco
de água fria lhe acalme os impulsos. Efectivamente, aqui há gato.
Há gato nas PPP que valeram tostões e para nós custam milhões.
Há gato na execução orçamental, com números para todos os
gostos.
Há gato na RTP, com sombras angolanas querendo deitar as
garras de fora.
Há gato na TAP, e atrás dele, um cão só, a um osso.
Há gato no RSI, com muito gato gordo a disputar a mesma espinha.
Há gato no BPN, e ratazanas à
solta.
Há gato nos submarinos, com os culpados calados que nem
portas.
Há gato na Madeira, nas off shores, rodeados dos cães de
Alberto João.
Há gato na Face Oculta, talvez atrás de algum robalo.
Há gato em Oeiras, com conta na Suíça e terreno em Cabo
Verde
Há gato no Porto, do tamanho de um dragão
Há gato em Belém, miando só pelo Facebook
Há gatos por todo o lado, rafeiros, persas, angorás,
shortairs, ragdolls, maine coons, siameses, brancos, cinzentos, com botas ou em
telhado de zinco quente. Neste imenso gatil, faltam porém cães de caça, fieis
ao dono, aguerridos para
expulsar a gataria.
Os gatos são misteriosos, há coisas passando
naquelas mentes que nem podemos imaginar. Os gatos sabem obter comida sem trabalho, abrigo
sem pedir, e amor sem esforço. Quando estão gordos, sabem disfarçar, e pôr-se em
pose elegante. Há milhares de anos, eram adorados como deuses, e são mais espertos que os cães, nunca se
conseguiria colocar oito para puxar um trenó. E se de noite, todos os gatos são pardos, bonitas palavras não engordam gatos. Em casa de vilão, nem gato nem cão, e de gato pisado sai o miado.Enfim, enquanto andarmos como
gato a bofe por causa duma espinha, não teremos paz para ronronar. Só, para nosso azar, o gato Gaspar.
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