A taxa de desemprego entre os jovens na União Europeia
situa-se globalmente acima de 17%, e segundo a Organização Internacional do Trabalho
cairá para cerca de 15% em 2017. Não por terem aumentado as perspectivas de
emprego, mas porque os jovens estarão a afastar-se do mercado de trabalho,
desistindo de procurar emprego e saindo assim das estatísticas. Em simultâneo,
muitos tenderão a deixar de estudar engrossando uma nova geração a que os
tecnocratas já chamam de NEET: neither
education nor employment (nem a estudar nem com emprego).
Em Maio, a OIT revelou que a taxa de NEET’s subiu 1,9% na
União Europeia entre 2008 e 2010 (antes da crise (2008) a taxa situava-se nos
10,9%).
Também o crescimento do mercado de trabalho em part-time
entre os adultos (maiores de 24 anos) estará a contribuir para o aumento destes
números, quando 17% dos trabalhadores informais já são jovens.
Portugal está com uma taxa de desemprego jovem de 36,4%(
29,4% no mesmo período do ano passado), quando a média da União Europeia a 27 é de 22,5%.
Face a isto, há que olhar para os jovens com prioridade, a
todos os títulos: para que eles se realizem profissionalmente e possam constituir
família, aumentar a natalidade e ser autónomos; para que como contribuintes
possibilitem o aumento na cobrança de impostos com que se financie a economia; para que como consumidores
dinamizem o mercado e a distribuição de rendimento; e para que com o seu contributo arejado e
inovador tragam massa crítica e desenvolvimento à sociedade que por ora vai
assistindo ao seu desperdício geracional. Daí que muitas mais medidas são precisas,
para além dos estágios de empregabilidade duvidosa ou a redução da taxa social
única às empresas que contratem jovens, que apenas servirá para facilitar o
despedimento oportunista dos mais velhos. São precisos mais estímulos à
contratação de jovens, mais crédito para os empreendedores que queiram tentar o
seu negócio, criando empresas startup ou vocacionadas para a investigação e o
desenvolvimento, mais renovação na administração pública, permitindo a
renovação das gerações e a mudança de mentalidades. Sob o signo da crise, é
preciso que a geração NEET não tenha vindo para ficar, incubando frustrações, violência
e anomia social.
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