Se o quotidiano de Sintra é marcado pela tensão entre a serra e suas faldas e os suburbanos depósitos de gente que como tumor cercam a vila ainda incólume, nesta muito ainda há a fazer, e para tanto, aqui se deixam algumas perguntas às quais, creio, muitos sintrenses gostariam de ver serem dadas respostas. A saber:
1-Por onde anda o fontário que durante anos adornou o largo junto à Correnteza e que misteriosamente desapareceu sem ter sido reposto ou dada explicação para o ocorrido?
2-Porque é que não há uma revista cultural à semelhança da saudosa “Vária” que deixou de ser publicada sem se ter encontrado um substituto adequado?
3- Porque demora a aprovação do novo Plano de Groer, bem como do Plano da Praia das Maçãs?
4-Para quando uma homenagem no Parque da Pena a Carlos de Oliveira Carvalho, seu administrador florestal durante mais de 30 anos?
5-Para quando a atribuição do nome de M.S.Lourenço, escritor e filósofo nascido em Sintra e falecido em 2009 a uma rua na freguesia de S.Martinho?
6-Para quando a recuperação das casas arruinadas no Rio do Porto?
7-Para quando a abertura do Hospital da Misericórdia na Vila?
8-Para quando a abertura de um parque de campismo e uma pousada de juventude, que há anos fazem falta em Sintra?
9-Para quando a introdução de acessos adequados para deficientes em todos os monumentos de Sintra?
10-Para quando a criação de contratos-programa para parcerias estratégicas entre as entidades públicas locais e as associações e agentes culturais locais?
11-Para quando uma digna homenagem a João Melo Alvim, hoje já um dos decanos da vida cultural local e no ano em que o Chão de Oliva assinala o 25º aniversário?
12-Para quando a recuperação museológica dos monumentos romanos no Vale de S.Martinho, à saída de Sintra para Lourel?
13-Para quando a revitalização do Instituto de Sintra que tão boas provas deu já no passado?
14-Para quando a revitalização com apoio das associações locais do subocupado Centro de Arte Moderna, agora que perdeu a colecção Berardo?
15-Para quando a recuperação do Hotel Netto, verdadeira gangrena em pleno centro histórico?
16-Porque não instalar um Centro de Estudos do Romantismo em Monserrate?
17-Para quando um fundo de apoio à cultura com uma percentagem da cobrança das coimas e taxas provindas das actividades económicas, gerido em cada freguesia pela respectiva junta?
18-Para quando uma campanha agresssiva de combate aos tags que vandalizam o património público e privado e dão uma imagem de incúria e desleixo?
19-Para quando a criação de hortas comunitárias em muitos baldios, agora que se propugna o regresso à terra?
20- E, por fim, e para já, porque não submeter os abates e podas agressivas de árvores ao parecer vinculativo dum Conselho Municipal de Ambiente onde tivessem assento as instituições e representantes das comunidades locais?
Concordo com as perguntas e ficamos a aguardar as respostas que surgirão mais tarde ou mais cedo. Acredito eu.
ResponderEliminarEu penso muito sinceramente que as respostas a estas perguntas têm de ser dadas pela sociedade, ou seja, por todos nós que queremos e lutamos por uma Sintra melhor, mais cidadã, mais digna e sem clichês. Eu penso ainda que existe em Sintra um grupo de pessoas que unidas pelas mesmas causas tornariam mais visíveis, credíveis e construtivas as respostas a estas 20 e a muitas outras perguntas. Não obstante, Parabéns a ti, Fernando, por teres a coragem de as formular, publicar e divulgar.
ResponderEliminarPertinentes perguntas, Fernando, parabéns. Mas porque há tanto silêncio como resposta? Um abraço.
ResponderEliminarMeu Caro Fernando, quantas destas pertinentes questões não têm sido objecto de luta ao longo de anos e anos? E que resultado obtivemos? Tanto, tanto é o meu desalento que, hoje em dia, tenho o maior pudor em intervir civicamente na medida em que arrisco verter a amargura que me corroi. Não que não considere que terá deixado de valer a pena lutar. No meu caso, porém, foi-se o ânimo e, infelizmente, em terreno perversamente propício, instalou-se uma descrença com a qual não quero contaminar seja quem for. Um enorme e sincero abraço
ResponderEliminarÉ lamentável que não haja ninguém (poderes locais eleitos) disposto a dar estas respostas, facto que se tornou tradição por estes lados.No mínimo é uma falta total de respeito por quem os elegeu e também por todos sintrenses.
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