Ficarão muitas das personalidades do nosso tempo na História? E como? Como se verá daqui a 100 anos José Sócrates, Álvaro Cunhal, Salazar, o próprio povo português?
É useiro e vezeiro usar-se o adjectivo “histórico” por tudo e mais alguma coisa, muitas vezes do âmbito do mundano e que por inaugurar algo diferente ou inesperado, se pensa que a História deverá pela certa registar, nos primeiros tempos como facto extraordinário, depois como ruptura ou mudança, mais tarde ainda como lógico num processo de que então se terá a visão de floresta passada a atracção pela simples árvore.
A ideia que hoje temos acerca de um facto ou personalidade ser ou não histórico, mais não é que a projecção que dela fazemos e que pensamos que os vindouros também terão num futuro sem data, em função também da lógica das ideias e personalidades vencedoras no momento em que se faz tal juízo. O passado muda porém à medida que o futuro avança, e os vilões de hoje poderão ser os visionários de amanhã, consoante o ângulo que se escolha da realidade, que tudo pode alterar. A percepção do paradigma democrático como o viram Rousseau e Voltaire fez de Napoleão ou Hitler ditadores, outra visão hoje não dominante perspectivá-los-á como visionários, certos de que sendo o homem o lobo do outro homem tudo fizeram numa lógica homeostática e real. Como verá a História os mesmos actores daqui a duzentos anos? Mais, terá a História de ter um fim moral de escolher entre os bons e os maus ou tão simplesmente constatar? Como dizia Spinoza, “interessam-me os factos humanos não para adorá-los ou censurá-los, mas tão só para compreendê-los”
A vida e as sociedades são dinâmicas, e nem mesmo se alguém se preservar imaculado para memória futura, esperando que a História o registe sem pecados mas também sem rasgo garante um lugar nas páginas da História (ou nalgum ficheiro partilhado do futuro a que se chame “História”…) o que, se é certo que pode proteger no futuro, torna vulnerável a actuação presente. Assim nunca saberemos como vamos ficar na História ou se os factos e personagens agora sublimados o ficarão. Hoje falamos da I Guerra Mundial mas à época não se sabia que seria só a primeira, ou do Marquês de Pombal quando ele governou 27 anos mas só foi marquês nos anos finais.
A História não tem adjectivos, pois ainda não ganhou o direito a tê-los, pois mesmo o que achamos que o futuro vai guardar neste momento ainda É, NÃO FOI.Por isso quando certas pitonisas pouco avisadas falam destes tempos com a certeza de qual o lugar ou secção que os actuais heróis e vilões vão ter na História que idealizaram já, há que parar para que o Futuro decida qual será o seu Passado. É bom ter isso presente, e portanto, sempre que se apearem estátuas e bustos, não os destruam, podem sempre voltar…
É useiro e vezeiro usar-se o adjectivo “histórico” por tudo e mais alguma coisa, muitas vezes do âmbito do mundano e que por inaugurar algo diferente ou inesperado, se pensa que a História deverá pela certa registar, nos primeiros tempos como facto extraordinário, depois como ruptura ou mudança, mais tarde ainda como lógico num processo de que então se terá a visão de floresta passada a atracção pela simples árvore.
A ideia que hoje temos acerca de um facto ou personalidade ser ou não histórico, mais não é que a projecção que dela fazemos e que pensamos que os vindouros também terão num futuro sem data, em função também da lógica das ideias e personalidades vencedoras no momento em que se faz tal juízo. O passado muda porém à medida que o futuro avança, e os vilões de hoje poderão ser os visionários de amanhã, consoante o ângulo que se escolha da realidade, que tudo pode alterar. A percepção do paradigma democrático como o viram Rousseau e Voltaire fez de Napoleão ou Hitler ditadores, outra visão hoje não dominante perspectivá-los-á como visionários, certos de que sendo o homem o lobo do outro homem tudo fizeram numa lógica homeostática e real. Como verá a História os mesmos actores daqui a duzentos anos? Mais, terá a História de ter um fim moral de escolher entre os bons e os maus ou tão simplesmente constatar? Como dizia Spinoza, “interessam-me os factos humanos não para adorá-los ou censurá-los, mas tão só para compreendê-los”
A vida e as sociedades são dinâmicas, e nem mesmo se alguém se preservar imaculado para memória futura, esperando que a História o registe sem pecados mas também sem rasgo garante um lugar nas páginas da História (ou nalgum ficheiro partilhado do futuro a que se chame “História”…) o que, se é certo que pode proteger no futuro, torna vulnerável a actuação presente. Assim nunca saberemos como vamos ficar na História ou se os factos e personagens agora sublimados o ficarão. Hoje falamos da I Guerra Mundial mas à época não se sabia que seria só a primeira, ou do Marquês de Pombal quando ele governou 27 anos mas só foi marquês nos anos finais.
A História não tem adjectivos, pois ainda não ganhou o direito a tê-los, pois mesmo o que achamos que o futuro vai guardar neste momento ainda É, NÃO FOI.Por isso quando certas pitonisas pouco avisadas falam destes tempos com a certeza de qual o lugar ou secção que os actuais heróis e vilões vão ter na História que idealizaram já, há que parar para que o Futuro decida qual será o seu Passado. É bom ter isso presente, e portanto, sempre que se apearem estátuas e bustos, não os destruam, podem sempre voltar…
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